17 anos da Canonização do Primeiro Santo Brasileiro

Frei Galvão é o primeiro santo brasileiro, mas também o primeiro santo no mundo que foi canonizado fora dos muros do Vaticano. Fato inédito e novidadeiro. Muito próximo do Mosteiro da Luz, onde estão depositados seus restos mortais, o Brasil celebrou seu primeiro santo nascido em Terras de Santa Cruz após 500 anos de Evangelização.

Neste dia 11 de maio a Igreja Católica do Brasil recorda a canonização do seu primeiro santo, o Santo Antônio de Sant'Anna Galvão. Religioso franciscano, da Ordem dos Frades Menores. Nascido em Guaratinguetá em 1739 e falecido no ano de 1822, na capital paulista. Foi na capital que o consagrado viveu 60 anos, dos seus 83 anos de vida. Seus dias foram marcados pela assistência religiosa no Convento São Francisco, centro de São Paulo. Neste convento ele atuou como sacerdote, porteiro e guardião (coordenador econômico e espiritual). Por sua clareza de vida e missão, os paulistanos reconheceram o frade como homem de grande valor e virtudes. Tanto é que as atas da Câmara Municipal testemunham-no como alguém importante para a cidade do Bandeirantes. Sua participação e atuação na vida dos paulistanos garantiu a caridade e a paz. Da capital, ele também pode partir para outros locais como o estado do Rio de Janeiro, Paraná e cidades do interior paulista. 

Para a assistência espiritual dos que sofriam enfermidades e situações limites, o santo criativamente concebeu um sacramental (objeto de fé), conhecido como "Pílulas milagrosas" e as dava aos que lhe pediam. Essas pílulas eram distribuídas aos fiéis como consolação e possibilidade de milagres. Foram esses objetos abençoados e ingeridos pelos crentes, mediante a fé, que favoreceram a sua canonização no dia 11 de maio de 2007, isto é, 17 anos atrás. 

O Mosteiro da Luz, que este ano recordamos os seus 250 anos de fundação, é uma obra material executada por Frei Galvão que merece nota de destaque. Neste mosteiro Frei Galvão terminou os seus dias e lá foi enterrado. O complexo construído por Frei Galvão é tanto um empreendimento que responde a uma necessidade  espiritual das religiosas e fiéis da época, como também uma contribuição arquitetônica à uma cidade que estava em expansão. A história nos permite identificá-lo como um construtor civil. Tanto é que no ano de 2016 os profissionais da engenharia e da arquitetura, juntamente com a Igreja, atribuem a ele o título de Patrono da Construção Civil e dos Profissionais da Engenharia Civil. 

69 anos até chegar o reconhecimento oficial 

O processo de Beatificação e Canonização foi iniciado em 1938 e terminado em 2007. Aos 8 de abril de 1997 foi promulgado o Decreto das Virtudes Heróicas, passando a ser chamado Venerável. Aos 06 de abril de 1998, foi reconhecido o Milagre para Beatificação, através do Decreto do Papa João Paulo II.A celebração da beatificação foi aos 25 de outubro de 1998, presidida pelo Papa João Paulo II, na Praça de São Pedro, em Roma, Itália. Aos 16 de dezembro de 2006, foi reconhecido o Milagre para Canonização e promulgado o Decreto, autorizado pelo Papa Bento XVI. Foram cerca 69 anos até chegar o reconhecimento oficial em 2007. Desta data aos dias de hoje, celebramos os 17 anos de sua canonização. 

A canonização 

A celebração da canonização foi no dia 11 de maio de 2007, no Campo de Marte, em São Paulo, Brasil, em celebração presidida pelo Papa Bento XVI. O milagre para a canonização foi o caso da Sra. Sandra Grossi de Almeida e de seu filho Enzo de Almeida Gallafassi, da cidade de São Paulo, hoje residentes em Brasília. A Sra. Sandra sofria de malformação do útero, que impedia que a gravidez chegasse ao final, sofrendo diversos abortos e correndo risco de vida em possíveis partos. Recorrendo ao Beato e tomando as “pílulas de Frei Galvão”, a gravidez chegou a trinta e duas semanas e nasceu Enzo, no dia 11 de dezembro de 1999.

O caso é cientificamente inexplicável no seu conjunto, segundo os conhecimentos científicos atuais, sendo reconhecido como miraculoso pela comissão médica a 18 de janeiro de 2006 e pela Comissão dos Teólogos a 13 de julho de 2006. A Congregação das Causas dos Santos, autorizada pelo Papa Bento XVI, promulgou, no dia 16 de dezembro de 2006, o Decreto a respeito do milagre atribuído à intercessão do Beato Frei Antônio de Sant´Anna Galvão.

Frei Galvão é o primeiro santo brasileiro, mas também o primeiro santo no mundo que foi canonizado fora dos muros do Vaticano. Fato inédito e novidadeiro. Muito próximo do Mosteiro da Luz, onde estão depositados seus restos mortais, o Brasil celebrou seu primeiro santo nascido em Terras de Santa Cruz após 500 anos de Evangelização. 

Frei Galvão e seu legado de Santidade 

Faz três anos que o Santuário tem como administradores os religiosos da mesma Ordem e instituição de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. Os frades menores, acolhidos por Dom Orlando Brandes, bispo da Arquidiocese de Aparecida, dão continuidade ao projeto de expansão do Santuário do primeiro santo brasileiro (obra material); sem deixar com que essa realidade abafe ou faça sombra ao projeto espiritual evangelizador, isto é, fazer com que os fiéis se expandem nos valores de fé, esperança, caridade e paz. Herança espiritual deixadas pela vida de santidade de Frei Galvão. 

O Santuário acolhe milhares de pessoas ao longo do ano. Turistas provenientes de muitos locais deste imenso Brasil.Todos sedentos de uma experiência com Deus, pela intercessão do santo. Também chegam os devotos agradecidos pela intervenção divina, realizada pela intercessão do frade santo. "Santo de casa faz milagre", e são muitos os testemunhos atuais que provam a atuação sobrenatural de Frei Galvão em nossos dias. 

A vida do santo também inspirou outras obras. Hoje, o Santuário abraça com mais empenho a dimensão social. A vida de santidade de Frei Galvão ilumina nossos dias marcados pela indiferença, injustiça e desigualdade. O Santuário expande-se no serviço aos mais vulneráveis. Ele é conhecido como "santo da caridade e da Paz", e sendo o Santuário do Santo é urgente uma resposta a essas demandas. Frei Galvão que lutou pela dignidade dos prediletos de Jesus Cristo, certamente deseja que do local que o veneramos seja lugar de consolo nas aflições das pessoas. 

Celebrar 17 anos da canonização de Frei Galvão é ser impelido e tocado por um projeto espiritual que nos recoloca no eixo e na verdadeira condição de filhos e filhas de Deus, comprometidos por Jesus Cristo e seu Reino.